Capítulo 3 — Tanaka, Luta
“GRAAAAH!!”
Um grupo de ogros veio correndo na minha direção, urrando.
Corpos musculosos, rostos assustadores lembro que da primeira vez que enfrentei um deles, passei sufoco.
Mas hoje...
“Prontinho.”
Passei por entre eles e, no mesmo movimento, cortei todos ao meio.
De fato, são inimigos resistentes, com alta durabilidade.
Mas se cortar o pescoço, param de se mexer — e não têm nenhuma habilidade especial.
Entre os monstros que aparecem na camada profunda, eles estão entre os mais fracos.
Chat:
“Um golpe só?! Isso é mentira!”
“Ogros são monstros de classe A, não são?”
“Ele matou vários como se fossem moscas kkkk”
“Mesmo exploradores de rank A penam contra eles! Os ogros são fortes, usam armas e até tática!”
“Isso é montagem, certeza.”
“Vim pelo fórum!”
“A Guilda Cão Negro tinha um monstro desses no RH e nunca contou?! Caraca!”
“...Caramba, hoje tão insistentes no telefone, hein.
Eu tô trabalhando, sabiam?”
Ignorei o celular tremendo no bolso e virei o olhar para outro monstro à frente.
Um basilisco, com corpo de camaleão gigante, me observava.
Seu pescoço inflava levemente sinal de que ia soltar o sopro.
Chat:
“Isso é um Basilisco?! Primeira vez que vejo um!”
“Ogros aparecem nos andares inferiores, mas esse bicho só existe na camada profunda!”
“É raríssimo! Quase não tem gravação de um desses vivo!”
“Só a aparência já é de pesadelo. Eu jamais seria explorador.”
“Relaxa, você nem chegaria tão fundo pra ver um desses.”
“Pera... ele vai soltar o sopro! Se não desviar, morre!”
“MEU DEUS, a live bateu 5 milhões simultâneos kkkkkkk”
O basilisco inclinou a cabeça para frente e começou a soprar.
Esse sopro transforma tudo que toca em pedra um ataque letal.
Se eu fosse petrificado, seria fim de jogo.
Um companheiro poderia usar um item pra reverter, mas... eu sou solo. Desde sempre.
Então, antes que ele pudesse soltar o ar...
“Aí mesmo.”
No instante em que o basilisco começou a expirar, cravei a espada logo abaixo do pescoço inflado.
Sem nem ter tempo de abrir a boca, ele morreu e tombou pesadamente no chão.
“Pouca gente sabe, mas o ponto vital de um basilisco é bem aqui.
Se errar por um centímetro, o sopro se espalha e vira um inferno de pedra.”
Chat:
“NUNCA ouvi isso na vida.”
“Pouca gente sabe? Ninguém sabe, cara!”
“Quantos basiliscos esse maluco já matou pra descobrir isso?!”
“Já tô acostumado a não ver os movimentos dele.”
“Amazing! Who is this guy? Some kind of samurai? (Trad. Incrível! quem é esse cara? Algum samuraizinho?) (inglês)”
“Pronto, os gringos chegaram kkkkk”
“Um streamer estrangeiro compartilhou o vídeo dizendo: ‘Um samurai de verdade apareceu no Japão’.”
“Faz sentido, a live passou de 10 milhões de pessoas.”
“Agora entendo por que o chefe impõe metas absurdas pra ele... Não, pera, não entendo nada! Essa guilda é insana!”
Mesmo durante a luta, o celular continuava vibrando sem parar.
Hoje tá pior que de costume...
Mas se eu atender, só vou ouvir bronca — então, claro, ignorei.
“GROAAAAAH!!”
O rugido que sacudiu o calabouço inteiro veio dele o Tyrant Dragon.
Um dragão colossal de escamas acobreadas, conhecido por seu poder destrutivo absoluto.
Periculosidade: Classe S.
Força e resistência dezenas de vezes superiores às de um ogro.
Além disso, ele cospe um sopro tão quente que derrete ferro como manteiga.
Chat:
“QUE DRAGÃO É ESSE?! É GIGANTE!”
“Cara... ele vai morrer!”
“🚨 [TRISTE NOTÍCIA] — O Espadachim Misterioso, falecido em serviço.”
“Isso é um Tyrant Dragon! Nem mesmo um grupo inteiro de Rank S garante vitória contra ele!”
“POR FAVOR, FOGE!!”
“A live tá em CINQUENTA MILHÕES de pessoas! Isso virou um evento global kkkk”
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