terça-feira, 21 de outubro de 2025

O funcionário de uma Guilda obscura virou Influenciador Vol. 01 - Capítulo 08

Capítulo 08 — Tanaka, o Contra-Ataque em Dobro



“Fala mais, Tanaka!!!”
“Isso sim é o Japão da justiça!”
“Suda! Como você tá se sentindo agora, hein!?”
“O sufixo ‘ááá!’ pegou de vez kkkkk”
“Tá tão satisfatório que comi cinco tigelas de arroz assistindo isso.”
“Bem feito demais kkkk”
“Tanaka... você é a estrela de todos os assalariados!”
“Então é aqui o festival de hoje?”
“Já denunciei pra fiscalização do trabalho kkk”
“As reações do Suda são tão de vilãozinho medíocre que chega a ser engraçado.”

Bastou um relance para ver o fluxo absurdo de comentários.
Perfeito o público está lotando a live. Mesmo sem confirmar, sei que as redes sociais devem estar pegando fogo agora.

“Não tem mais pra onde correr, Suda. Centenas de milhares de olhos viram tudo o que você fez. Vai tentar resolver como sempre, ameaçando pra calar todo mundo? Boa sorte em silenciar trinta mil pessoas ao vivo.”

“Se... seu desgraçado...!”

O rosto dele fica vermelho de raiva, o punho tremendo.
Chegando a esse ponto, ele já não tem saída.

Suda sempre se apoiou em controle pelo medo mas inteligência ele nunca teve.
Sem o poder de intimidação, é só um homem patético.

“Tanaka... qual é a sua, hein? Por que tá fazendo isso!? É vingança por eu ter te explorado, é isso!?”

“Não vou mentir, parte de mim quer sim revidar. Você me fez perder tempo precioso da minha vida. Mas... isso já passou. O que importa é daqui pra frente.”

“Daqui pra frente...?”

Suda franze o cenho.

“É. Daqui pra frente eu vou viver por mim mesmo.
Primeiro, vou sair dessa empresa...
Depois, ainda não decidi. Talvez trabalhar por conta própria. Ou me juntar a outro grupo.”

Ao ouvir isso, Suda solta um riso debochado aquele mesmo riso de sempre, o riso de quem despreza.

“Você, freelancer? Ou recontratado? Tá maluco, é?
Sem mim, você não vale nada!
Ninguém vai te contratar, seu inútil!”

Ele começa a berrar para os outros funcionários:

“E vocês também! Nenhum de vocês presta sem mim!”

...Como eu aguentei trabalhar tantos anos sob esse verme?

“Entendo o seu ponto. Mas já que insiste, vamos ver se ninguém me quer.”

“Hã? Do que você tá falando?”

“Pois bem —felizmente, temos trinta mil pessoas assistindo.
Opa, trinta... não, trinta e cinco mil agora.
Vamos perguntar pra eles.”

Viro-me para o drone e falo direto à câmera:

“Se eu sair desta empresa... há algum lugar disposto a me contratar?”

Em segundos, o chat explode.


Guilda do Lobo Escarlate (Scarlet Wolf):

“Sim! Venha pra nossa guilda!”

Guilda do Leão Dourado (Gold Leo):

“Não, venha pra cá! Pagamos o dobro!”

Guilda do Gato Prateado (Silver Cat):

“Se... se pudesse vir trabalhar comigo... eu ficaria muito feliz...”

Guilda do Urso de Obsidiana (Obsidian Bear):

“Cara, seria uma honra ter alguém como você aqui!”

Guilda da Serpente de Bronze (Bronze Snake):

“Se entrar pra nossa guilda, eu mesmo me livro desse lixo barulhento pra você ;)”


Vários grupos oficiais começam a mandar propostas no chat.
Até guildas famosas, conhecidas por serem difíceis de entrar.

Meu peito se aperta. Nunca fui tão valorizado assim.
Caramba... acho que vou chorar.

Entre as mensagens, havia também:

“Faz dupla comigo!”
“Vem ser freelancer, eu te apoio!”
“Quero me empregar com você pra sempre ❤️”

Talvez algumas fossem piadas... mas ainda assim, a gentileza me tocou.

“Esse é o resultado, Suda. Sua lavagem cerebral acabou.
Nenhuma palavra sua tem mais poder sobre mim.”

“Se... seu... maldito!”

Ele range os dentes com tanta força que parece que vai quebrá-los.
Mas agora, até os outros funcionários olham pra ele com repulsa.

Mesmo assim, o verme não se rende.

“Fui eu que te arrumei emprego quando era um estudante pobretão!
Fui eu que paguei as contas do hospital da tua mãe!
Tudo eu, droga! E é assim que você me retribui, ingrato!?”

“Já quitei essa dívida há muito tempo.
E o traidor aqui é você.
Antes... eu realmente queria crescer ao seu lado, Suda.”

“CALA A BOCA, SEU INGRATO!”

Enfurecido, Suda abre uma gaveta e puxa uma faca afiada uma arma de verdade, daquelas usadas em exploração de masmorras.
Usar isso fora de um calabouço já é crime pelo Código de Gerenciamento de Masmorras!

“MORRE, TANAKAAA!”

Ele avança, gritando, a lâmina vindo direto na minha barriga.

O escritório inteiro se enche de gritos mas eu permaneço calmo.

“...Lento demais.”

Comparado aos monstros das camadas profundas das masmorras,
seus movimentos são ridiculamente lentos.

O velho Suda teria sido mais rápido.
Mas esse aqui? Só um parasita acomodado.

Com um golpe seco, acerto o braço dele.

BAM!

A mão de Suda incha vermelha, e a faca cai no chão.

“Gah!?”

“Acabou, Suda.
Agora é sua vez de sentir um pouco da dor que causou.”

Dou um soco leve —de propósito, só pra doer.

WHAM!

O corpo dele se dobra em, o ar escapando dos pulmões,
e ele voa até bater com força na parede.

GON!

Cai no chão, desabado.

“Phew...”
Respiro fundo.

“Isso foi... satisfatório.”

Talvez agora, ele finalmente aprenda alguma coisa.


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